sábado, 28 de novembro de 2015

Reportagem

Festival Juventude da Maré leva textos da comunidade ao Parque das Ruínas

Com programação para todas as idades, mostra tem atividades gratuitas

Jovens trabalham em cena as questões com as quais lidam diariamente (Foto: Ubiratan Carvalho) 
Jovens trabalham em cena as questões com as quais lidam diariamente (Foto: Ubiratan Carvalho)
Espaço teatral alternativo na cidade do Rio de Janeiro, o Parque das Ruínas vai ser palco neste domingo, 29 de novembro, do Festival Juventude da Maré, organizado pelo Projeto Teatro do Oprimido na Maré como encerramento de dois anos de atividade. Formado por grupos teatrais de jovens da comunidade da Zona Norte do Rio, o projeto já circulou por dentro e fora da Maré com diversos espetáculos e foi responsável por três edições do #OcupaJovem.
– O Teatro do Oprimido é feito pelo oprimido, com o oprimido e para o oprimido. É um teatro onde a gente finge que todas as pessoas são teatro, porque a gente está atuando na nossa vida o tempo todo. É ter consciência que o atuar é uma questão essencial do humano e que, se apropriando desse instrumento e democratizando essa produção cultural, você interage com criadores, originando espetáculos que estabelecem relações entre diferentes classes da sociedade, visando transformá-la – explica Geo Britto, sociólogo idealizador do Projeto Teatro do Oprimido na Maré e organizador geral do festival.
O Teatro do Oprimido é feito pelo oprimido, com o oprimido e para o oprimido"
Geo Britto
Ocupando o espaço das 8h às 18h, a programação é gratuita e voltada para todas as idades, englobando espetáculos, contação de histórias, uma exposição sobre os dois anos de trajetória do grupo, performance e debates com o público. Com argumento, texto e músicas concebidos pelos próprios jovens, as montagens discutem temas com os quais eles lidam diariamente em suas vidas, como o preconceito que existe no mercado de trabalho em relação ao morador de favela, a segregação espacial, o machismo, a questão de gênero e o desencorajamento de sonhos.
– Foi um resumo de tudo que fizemos nesses dois anos, chamando parceiros do projeto, pessoas que já trabalhavam na Maré – recorda Geo.
Participam os grupos Maré, Maremoto e Marear, com os espetáculos “Em uma Família”, “Marcha Borboleta” e “A Resposta é Só Não?”, respectivamente. Em cena, um pai que não aceita que a filha jogue futebol por ser coisa de menino, dois jovens namorados que precisam abrir mão do sonho de atuar porque os pais não os apoiam e um trabalhador que se vê na rua por ser morador da Maré. O festival apresenta ainda uma cena do monólogo “Mataram Meu Filho”, de Gabriel Horsth, que traz o drama das mães da comunidade que tiveram seus filhos assassinados por policiais.
Projeto completa dois anos na comunidade (Foto: Naldinho Lourena) 
Projeto completa dois anos na comunidade da Maré
(Foto: Naldinho Lourena)
Uma das principais características do grupo é a participação do público, que tem o papel de fortalecer o diálogo entre o oprimido e o opressor. A figura do coringa – nome dado por Augusto Boal ao especialista na metodologia do Teatro do Oprimido – mestre de cerimônias do grupo, é importante nesse ponto ao mediar o diálogo entre palco e plateia, estimulando a participação e orientando a análise das intervenções feitas pelos espectadores.
– O coringa é aquela figura que a gente pode dizer que “joga nas 11 posições”. Ele é diretor, faz o cenário, o figurino, tem noção de música, e é aquele faz o contato com a plateia. Porque todas as peças que vão ser apresentadas no Teatro do Oprimido tem a filosofia que as histórias surjam das próprias pessoas, dos próprios oprimidos – aponta o sociólogo.
O objetivo do projeto é que os jovens formem seus próprios grupos e se tornem novos coringas. É a pratica de multiplicação do Teatro do Oprimido da Maré.
– O que queremos é continuar com esse projeto de alguma forma.  A ideia é que a partir desses grupos se formem novos coringas, e que eles próprios possam criar mais grupos, dentro e fora da Maré, criando sua própria identidade. É uma lógica de autonomia para eles – torce Geo Britto.
A programação completa você confere no site do Teatro do Oprimido da Maré.


Fonte: http://redeglobo.globo.com/globoteatro/reportagens/noticia/2015/11/festival-juventude-da-mare-leva-textos-da-comunidade-ao-parque-das-ruinas.html

Textos de Divulgação Científica


São textos  sobre  pesquisas  científicas ou iniciativas em áreas relevantes de ciência, tecnologia e inovação no país, os quais respondem a três perguntas básicas  (o  que é a pesquisa, como é feita e qual a sua importância), e recebem  a  aprovação  do  pesquisador antes de serem publicados. A descrição adota  linguagem  de  divulgação  científica,  "traduzida"  ou reescrita em linguagem  mais simplificada, por meio da qual se busca explicar o processo de  fazer ciência com clareza, e sempre que possível apresenta glossários e imagens  que ilustram a pesquisa. Nome, instituição e e-mail do responsável pela  pesquisa  são divulgados no texto, para que o público possa interagir com o pesquisador.


A vitamina E na prevenção de câncer bucal

O que é a pesquisa

Vários elementos químicos capazes de provocar tumores malignos entre eles os carcinógenos, como o óxido de nitroquinolina (4NQO) têm sido usados para induzir o aparecimento desses tumores na cavidade bucal de animais experimentais (isto é, animais usados em laboratórios para experiências científicas).
Pesquisadores do Departamento de Patologia Bucal da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Minas Gerais têm usado as propriedades carcinógenas dessa substância para estudar as lesões neoplásicas malignas (câncer) da cavidade bucal em animais experimentais, com o objetivo de se conhecer melhor o processo de formação desses tumores, em humanos.
Estudos do câncer de boca, inclusive com pesquisas em carcinogênese experimental, têm sugerido que a vitamina E pode inibir ou retardar o desenvolvimento de vários tipos de câncer. A presente pesquisa visa examinar esta hipótese, que pode vir a ser um caminho importante na busca por novos métodos de cura e prevenção da doença.

Como é feita a pesquisa

Para se estabelecer um modelo experimental de carcinogênese bucal, investigando os efeitos da vitamina E nesse processo, foram usados 112 camundongos, divididos em 4 grupos.
Um dos grupos foi tratado somente com óxido de nitroquinolina, pincelado no palato dos animais; outro grupo foi tratado com a mesma substância mais vitamina E; um terceiro grupo foi tratado somente com vitamina E e o quarto grupo permaneceu sem tratamento (grupo controle, usado para as comparações).
Sete animais de cada grupo foram sacrificados nos intervalos de 8, 16, 20 e 24 semanas. A mucosa palatina (isto é, o céu da boca) dos animais sacrificados foi analisada clinicamente e com microscópio óptico, através de várias técnicas de exame.
No exame clínico, durante todo o experimento, a mucosa palatina de todos os animais de todos os grupos se apresentou com características de normalidade, sem formações de lesões.
Entretanto, foi possível notar, ao exame microscópico. nos grupos tratados com óxido de nitroquinolina, nos diversos intervalos de tempo, alterações celulares nas células superficiais (epiteliais) da boca, que apresentaram núcleos volumosos, hipercorados e ligeira perda de coesão (adesão).
No grupo tratado somente com vitamina E, a presença de áreas de acantose (proliferação das células epiteliais que recobrem a mucosa bucal) foi o achado mais marcante, sugerindo maior diferenciação dessas células.
As médias de células que apresentaram alterações, conforme as técnicas utilizadas, foram maiores estatisticamente no grupo tratado exclusivamente com óxido de nitroquinolina, quando comparado aos demais grupos. Considerando-se, separadamente, cada intervalo de tempo, o grupo tratado com óxido de nitroquinolina mais vitamina E apresentou, sempre, médias menores de células alteradas.

Importância da pesquisa

Nessa pesquisa, realizada com cobaias em condições controladas, os resultados não mostraram indução de carcinoma epidermóide de boca (isto é, tumor maligno na mucosa da boca) pelo óxido de nitroquinolina.
Entretanto, alguns resultados sugerem que a vitamina E parece atuar como um antioxidante importante, potencialmente preventivo desses tumores. Além disso, os dados também sugerem um papel inibidor da vitamina E, no índice de proliferação celular.
Estas experiências podem apontar, portanto, para novas possibilidades quanto ao tratamento e prevenção de tumores malignos bucais (carcinoma epidermóide), através da utilização de micronutrientes, como a vitamina E.
Texto de divulgação científica publicado em 30 de março de 2004.

Pesquisador(es) Responsável(eis): Maria Auxiliadora Vieira do Carmo



Fonte: http://www.canalciencia.ibict.br/pesquisa/0209-Vitamina-E-na-prevencao-de-cancer-bucal.html

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Conto de Terror

  A Tenebrosa Noite de Tempestade

Contos de Terror
Era uma noite chuvosa quando um pai e sua filha voltavam do hospital onde ficaram o dia inteira na espera que a esposa e mãe estava internada. Uma grave doença desconhecida consumia sua vida e os médicos não sabiam o que fazer.
Como o hospital era longe, eles tinham que cruzar uma longa estrada escura que cortava um grande bosque. O som da chuva batendo no teto do carro , fazia um barulho relaxante e a garota começou a cochilar.
Repentinamente um grande estrondo fez-se ouvir. O trovão veio forte e um relâmpago iluminou a noite. O pai segurou firme o volante e o carro derrapou na estrada molhando até bater em um barranco.
Após verificar se sua filha não estava machucada o homem decidiu sair do carro para ver os estragos que o veículo havia sofrido. Os dois pneus dianteiros estavam furados e uma das rodas amassada.
- Parece que passamos por cima de algo grande na estada. – disse o homem.
A filha, debruçada na janela, perguntou receosa:
- Mas você pode consertar pai?
- Não – disse o homem balançando a cabeça. – Eu só tenho um estepe e vou ter que voltar a pé até a cidade para encontrar alguém que possa nos rebocar, não é longe daqui. Você pode esperar no carro até eu voltar.
- Tudo bem. – disse ela . – Mas não demore muito tempo.
O pai percebeu o medo nos olhos de sua filha e afirmou que iria o mais rápido possível.
A filha olhou pelo vidro de trás até ver o pai desaparecer , andando pela estrada no meio da noite.
Havia passado mais de uma hora e o homem ainda não tinha retornado. A garota começou a ficar preocupada, qual seria o motivo de tanta demora? Será que seu pai não havia encontrando nenhum reboque? O medo de ficar naquela estrada escura aumentava cada vez mais até que ela viu um vulto ao longe, vindo pela estrada.
Inicialmente ela ficou alegre, pois pensou que fosse seu pai, porém a alegria inicial foi virando medo quando ela pode perceber que era um homem estranho que vinha andando pela estrada. Agora, mais perto e iluminado pelos eventuais relâmpagos podia ver que se tratava de um homem alto, vestindo macacão e com uma barba em torno do rosto. Notou que algo grande estava sendo carregado em sua mão esquerda.
A garota começou a ficar nervosa e rapidamente trancou todas as portas do carro, após fazer isto e se sentir mais segura olhou para fora: o homem havia parado e olhava fixamente para ela a uma distância alguns metros.
De repente ele levantou o braço e a menina soltou um grito horripilante. Seu corpo todo tremia, as lágrimas invadiram seus olhos e apavorada viu que na mão esquerda o homem segurava a cabeça decepada de seu pai.
Seu coração batia aceleradamente e ela gritava sem parar. A expressão grotesca deu seu pai era horrível. A boca estava entreaberta com a língua de fora e os olhos estavam todos brancos.
Do lado de fora, colado em sua janela o homem olhava com raiva para ela. Seus olhos estavam injetados de sangue e seu rosto era coberto de cicatrizes. . Por um breve momento ele ficou sorrindo para ela como se fosse um louco, então lentamente ele colocou a mão no bolso e tirou algo e agitou para que ela visse.
Na sua mão estava as chaves do carro do seu pai...

Conto de Terror inspirado por uma história americana by André
 
fonte: http://clubedosmedos.blogspot.com.br/2012/08/contos-de-terror-tenebrosa-noite-de.html

Conto de enigma


A vila do desespero

O meu amigo, House, e eu fomos a uma vila onde muitos moradores morreram e quem viu o assassino disse que era o mesmo assassino.quando chegamos ao local fomos perguntar, a um dos moradores, se ele tinha visto algo.
Naquela noite fria, ele nos falou:
-Não me lembro muito bem, mas as vitimas todas eram minhas parentes.Quando cheguei encontrei cordas penduradas na ponte e no rio corpos, quando fui olhar eram meus primos, ambos tinham marcas de cordas no pescoço. De primeira vista, parecia que eles tinham sido enforcados , más eu vi outras marcas de cordas no corpo.
Depois deste depoimento, House perguntou o dia do assassinato. E o morador respondeu:
-A dia eu me lembro com muita clareza, foi a três dias!
-O senhor pode nos levar À ponte?-Falou House, com uma voz de sono.
-posso, más eu não vou chegar tão pero dela!
Eu(Don)fiz uma indagação ao morador:
-Más por que esse medo da ponte?
Ele respondeu:
-Não é medo  é um trauma, porque foi lá onde meus primos morreram!
Ao chegar à ponte vimos as cordas de que o senhor nos falou..Fomos analisar as cordas penduradas na ponte. Quando chegamos ao local onde as cordas estavam penduradas vimos que as cordas tinham sido cortadas em diferentes posições e uma delas tiinha sido cortada até um certo ponto e depois se touro,quando olhamos para baixo vimos pegadas em uma rampa e encontramos os corpos, quando nós fomos ver os corpos House, viu que além das marcas de cordas, tinham marcas de facadas no peito direito de cada um e no outro peito, tinham duas letras “SK” House. Achou que era o local de esconderijo do assassino. Voltamos para a vila e fomos procurar o local que tivessem as letras que foram marcadas nos peitos das vítimas. Andamos a vila toda e não achamos nada, fomos à casa do senhor e perguntamos se tinha algo de familiar nas letras, ele nos disse que sim, eram as inicias do nome do pai das vítimas. Nós fizemos as seguintes perguntas:
-Qual o nome e sobrenome do seu tio? Ele era bom pai para seus primos?
Ele nos respondeu:
-O seu nome é Spike Karter. Sim, ele era,más, tinha um problema , o meu avô ia dar metade da Herança para meu tio e a outra metade iria ficar para os cinco netos.
-Então foi pela Herança que ele os mato!-falou House.-Você pode nos dizer se ele está vivo?
-Não,ele não está, ele matou-se depois de dois dias da morte dos filhos.
-Então, ele ficou com peso na consciência e se matou.-Falou House.
Nós conseguimos concluir o caso, um dos mais difíceis, para nós. Seis pessoas morreram por causa de uma misera herança.
 
fonte: http://gabriel-araujo98.blogspot.com.br/2011/02/conto-de-enigma.html

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Reportagem


22/10/2015 09h00 - Atualizado em 22/10/2015 11h54

Desemprego tem a maior taxa para setembro desde 2009, diz IBGE

Em setembro, taxa ficou estável em 7,6%, a mesma de agosto.
População desocupada cresceu 56,6% em relação a de setembro de 2014.

Anay Cury e Cristiane Caoli Do G1, em São Paulo e no Rio
DESEMPREGO MENSAL
em %
4,74,84,35,35,96,26,46,76,97,57,67,6Out/14Nov/14Dez/14Jan/15Fev/15Mar/15Abr/15Mai/15Jun/15Jul/15Ago/15Set/1502468
Fonte: IBGE
Em setembro do ano passado, o desemprego havia chegado a 4,9%.
Segundo Adriana Araújo Beringuy, técnica de rendimento e trabalho do IBGE, houve aumento de 36,4% da média da taxa de desocupação de janeiro a setembro de 2015, em relação à média do ano anterior.

“Também é elevado. Não é só o mês de setembro [que apresenta, no ano, crescimento significativo na taxa de desocupação], mas no apanhado do ano, os nove meses já mostram isso.”
Salários
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores caiu pelo oitavo mês consecutivo e chegou a R$ 2.179,80. Frente a agosto, o recuo foi de 0,8% e em relação a setembro do ano passado, 4,3%. Sentiram a queda tanto os empregados com carteira no setor privado quanto os trabalhadores por conta própria diante do mês anterior.
“A renda que vem diminuindo. Provavelmente por causa da renda e também do processo de pessoas que estão perdendo trabalho [há aumento da procura por trabalho]. Então, diante de renda menor e de pessoas que estão perdendo trabalho, há necessidade tanto daqueles que perdem quanto daqueles que não estavam procurando. Então, aumenta [a taxa]... chega a população desocupada nesse percentual tão elevado”, disse Adriana.
Em relação a agosto, a população desocupada não mostrou variação ao somar 1,9 milhão de pessoas. No entanto, na comparação com setembro de 2014, esse número cresceu 56,6%. Em setembro, o número de desempregados aumentou no Rio de Janeiro (25,7%), caiu em São Paulo (10,4%), mas ficou estável nas outras regiões.
desemprego JORNAL HOJE (Foto: TV Globo)Desemprego atinge a maior taxa para setembro desde 2009 (Foto: TV Globo)

A população ocupada chegou a 22,7 milhões de pessoas. Assim como a população desocupada, a ocupada ficou estável em relação aos dados de agosto, mas recuou 1,8% na comparação com setembro de 2014. Em relação ao ano passado, o número de ocupados caiu em Salvador, em São Paulo e em Belo Horizonte.
“Tem mais pessoas procurando trabalho, portanto, pressionando o mercado de trabalho, e não está tendo geração de postos. Pelo contrário, na comparação anual, ela está até caindo. De tal forma, que em termos de contingente, há acréscimo de 670 mil pessoas a mais procurando trabalho, em contrapartida, redução de 420 mil pessoas ocupada em relação ao que acontecia a um ano atrás”, analisou Adriana.

Carteira assinada
Também caiu o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado. O recuo foi de 3,5% com relação ao ano passado. Nessa base de comparação, Belo Horizonte (-5,6%) e São Paulo (-3,5%) apresentaram queda. Diante de agosto, não houve alta nem queda.
“A mudança [em 2015] se dá no emprego com carteira, que interrompe trajetória de crescimento que vinha sendo observado nos últimos anos. E o conta própria vai se consolidando na trajetória de crescimento. O que vem ocorrendo é que são justamente os grupamentos de atividades com alto grau de cobertura com carteira, que é o caso da indústria e alguns serviços, que têm demitido.”
Quanto aos tipos de atividade, o número de pessoas ocupadas na indústria caiu 4,3% e no segmento de serviços prestados à empresas, recuou 3,8%.
O nível de ocupação, que é a proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa, foi estimado em 51,7%, mostrando estabilidade em relação a agosto e queda de 1,5 ponto percentual frente a setembro.


Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/10/desemprego-fica-em-76-em-setembro.html
 

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Diário de viagem

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Boston


Capital do Estado norte-americano de Massachusetts (New England), Boston é uma cidade incrível para se conhecer. Fundada pelos ingleses em 1630, é uma das mais antigas dos Estados Unidos, repleta de história. Terra dos Kennedy, que, como todos os imigrantes irlandeses, foram para lá no século 19. Boston é muito conhecida pelas universidades: além da Boston University (BU), Boston College e da Northeastern University (NU), que ficam no centro, as famosas Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT) estão situadas em Cambridge, do outro lado do Charles River. Com cerca de 700 mil habitantes, é uma cidade muito alegre, cheia de gente jovem, bares, restaurantes e bairros animados, e fácil de circular. 


Escultura “As IF it were already here”
Foto Yeda Saigh

A foto acima é de uma escultura lindíssima da artista Janet Echelman, que parece uma grande rede de pesca que flutua 111mts sobre um dos parques públicos no centro da cidade.

Frequentei muito Boston, mas fiquei 12 anos sem voltar e a cidade mudou muito. São inúmeros os prédios de arquitetos renomados, como Renzo Piano, Alvar Aalto, Eero Saarinen, Ming Pei, Steven Holl e Frank Gehry. Comecei a visita pegando um ônibus turístico (Trolley Tour), que passa em todos os pontos principais da cidade (veja abaixo) e você pode descer e subir onde e quantas vezes quiser. É um programa para um dia inteiro. 

Principais pontos 

John Hancock Tower, um dos 50 edifícios mais altos dos Estados Unidos, com 241 mts e 60 andares, dos arquitetos Ming Pei e Henry Cobb: seu desenho espetacular contrasta com a antiga igreja Trinity Church.

Edifício John Hancock
Foto Yeda Saigh
Trinity Church, no coraçåo de Back Bay, igreja Episcopal, o edifício grandioso e histórico é classificado como um dos marcos arquitetônicos mais significativos de Boston.

Trinity Church
Foto Internet

New England Aquarium, um dos mais famosos do mundo, não perca o tanque gigante de 760 mil litros simulando um recife de coral caribenho.
http://www.neaq.org 


North End, onde está a casa de Paul Revere, o mais famoso patriota bostoniano, e Little Italy, bairro repleto de restaurantes italianos, pâtisseries e sorveterias, lotado de estudantes. Lá, vá a Hanover Street, a mais importante.    

Yeda Saigh
fonte: http://ysaigh.blogspot.com.br/





Relato de viagem

Partir

A situação a bordo era desoladora. O vento ensurdecedor, o mar difícil, roupas encharcadas, muito frio e alguns estragos. Pela frente, uma eternidade até o Brasil. Para trás, uma costa inóspita, desolada e perigosamente próxima. Sabia melhor que ninguém avaliar as dificuldades que eu teria daquele  momento em diante. Estava saindo na pior época do ano, final de outono, e  teria pela frente um inverno inteiro no mar.
[...]
Finalmente, meu caminho dependeria do meu esforço e dedicação, de  decisões minhas e não de terceiros, e eu me sentia suficientemente capaz  de solucionar todos os problemas que surgissem, de encontrar saídas para os  apuros em que porventura me metesse.
Se estava com medo? Mais que a espuma das ondas, estava branco, completamente branco de medo. Mas, ao me encontrar afinal só, só e independente, senti uma súbita calma. Era preciso começar a trabalhar rápido, deixar a África para trás, e era exatamente o que eu estava fazendo. [...]
Não estava obstinado de maneira cega pela ideia da travessia, como poderia parecer – estava simplesmente encantado. Trabalhei nela com os pés no chão, e, se em algum momento, por razões de segurança, tivesse que voltar atrás e recomeçar, não teria a menor hesitação.
Confiava por completo no meu projeto e não estava disposto a me lançar em cegas aventuras. Mas não poder pelo menos tentar teria sido muito triste. Não preten­dia desafiar o Atlântico – a natureza é infinitamente mais forte do que o homem –,  mas sim conhecer seus segredos, de um  lado ao outro. Para isso era preciso com viver com os caprichos do mar e deles  saber tirar proveito. E eu sabia como. [...]

Amyr Klink

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Notícia e Crônica a partir de notícia





Notícia


Notícia


CRÔNICA FILOSÓFICA


Deu-me agora uma vontade enorme de indagar o que é na realidade e como se faz uma crônica filosófica.
Estou acompanhado aqui dos mestres brasileiros da crônica. Rubem Braga, Fernando Sabino, Carlos Heitor Cony, Carlos Drummond de Andrade, Sérgio Porto e outros. Estes me ensinam que escrever crônica é inventar um texto literário que parta de um evento cotidiano, onde o narrador faça quase de repórter e relate o circunstancial. Também ensinam que a crônica literária tem um rosto que se assemelha ao jornalismo mas... que não é inteiramente uma escrita jornalística, exatamente porque para ser texto literário de caráter artístico tem que ter a "literariedade" ou a "literaturnost", de que falavam os formmalistas russos, como ingrediente diferencial em relação aos outros gêneros.
Sublinha-se entretanto o diferente ponto de partida para cada autor. Para Rubem Braga, por exemplo, a crônica será o instante. Para Fernando Sabino será a narrativa curta que normalmente explora o lado surpreendente e humorístico da vida cotidiana e que outras vezes prefere assumir aquele lado romântico da vida que faz o cerne do romance.
Seja como for, o importante agora é destacar que na crônica a realidade é ficcionalizada. E por esse motivo, nada na escrita vai ser confundido com o rosto real das coisas. A crônica é portanto uma escrita ficcional. Mais do que isso: no dizer de Vinicius, é uma conversa meio fiada que a circunstância vai oferecendo ao escritor.
Bom, mas meu propósito era encarar a crônica filosófica. E a primeira pergunta é indagar se alguma coisa muda em relação à crônica literária. Digo isto porque tenho em minha biblioteca o texto “Le moi et son destin” (O Eu e seu destino) do filósofo francês Louis Lavelle, que é um dos nomes cimeiros do grupo "Philosophie de l’esprit" a que pertenceram René Le Senne, Jankélevitch, Nicolas Berdiaeff e outros. E esse livro é, na apresentação que dele faz o autor, a reunião de dezesseis crônicas filosóficas antes publicadas em "Le Temps". A origem dessas crônicas filosóficas tem relação com o tipo de leitura que casualmente seu autor fazia. Essas crônicas eram reflexões pessoais e o autor nada mais pretendia do que associar seus leitores a estas mesmas reflexões de cunho filosófico e metafísico. Lavelle partia do princípio de que os indivíduos são tocados normalmente por aquilo que os separa.
É claro que em filosofia também há cotidiano. Um quotidiano de natureza íntima. As emoções, as dúvidas, os pensamentos. Toda a trajetória da alma e a sua exuberante história. Há no homem um eu que é o centro de atribuição de atos e de responsabilidade. Perceber portanto que há no homem algo fundamental do qual tudo parte, é um ato de inteligência perceptiva. E portanto toda a atitude filosófica deve necessariamente depender do modo como cada um de nós apreende o “fato primitivo”. Dito por outras palavras, tudo depende do modo como cada um de nós entra em contato consigo mesmo e com o universo que vivemos. O “fato primitivo” é por isso a descoberta da existência solidária do universo e do eu.
Frente a este universo interior é possível também acompanhar a fenomenologia do espírito e relatar circunstâncias. Um pouco mais seriamente, mas é possível. É possível relatar experiências metafísicas. Experiências do mundo da inteligência e simpatias e antipatias. É possível escrever um diário metafísico. Um diário onde a crônica se torna mais sutil, mais íntima e menos humorística.
Quando falamos de crônica filosófica e metafísica estamos pensando na maneira de relatar, comentar e apresentar a história da alma, das ansiedades do eu, a história feliz e infeliz perfilhada pelo eu, a história do indivíduo na sua aventura no mundo, na sua experiência de angústia, na sua profunda desilusão perante a existência acossada pelo fantasma do nada, como sublinhou o existencialismo sartreano.
Mas pode haver uma crônica nobre, suspensa nos altos céus da liberdade, situada entre o dever e a graça, uma crônica sobre os meandros da má consciência, sobre as duas liberdades, a do mal e a do bem, e sobre a liberdade pessoal.
Finalmente, podemos ganhar a grande matéria da crônica filosófica tentando nos instalar na realidade do instante, que melhor do que qualquer outro momento, nos dá o espírito da vida, como Rubem Braga já o assinalou para a Literatura.
Além da realidade do instante, a crônica filosófica tenta registrar o futuro e o passado, o eterno retorno, com Heráclito, Nietzsche, Raul Proença ou com qualquer outro, para finalizar no clássico circuito do tempo e da eternidade.
E se não há idéia que tenha surgido no nosso espírito pela primeira vez, porque todas as idéias são potências da alma que já se exerceram no passado, então teremos aqui encontrado a matéria prima da crônica, que são as idéias literalizadas e comunicadas, a fonte básica da comunicação entre autor e leitor. O problema do tempo é nosso objeto permanente. O objeto único de nossa reflexão e de nossa ansiedade É no tempo que nós nascemos e que nós morreremos. É no tempo que vivemos. E no tempo escrevemos e lemos. É o tempo que condiciona a eventualidade de nossa crônica. 

João Ferreira 

CRÔNICA/ENSAIO

Arnaldo Jabor - As boquinhas fechadas

Extraído de: PPS

Estamos vivendo um momento grave de nossa história política em que aparecem dois tumores gêmeos de nossa doença: a união da direita do atraso com a esquerda do atraso.
O Brasil está entregue à manipulação pelo governo das denúncias, provas cabais, evidências solares, tudo diante dos olhos impotentes da opinião pública, tapando a verdade de qualquer jeito para uma espécie de "tomada do poder". Isso; porque não se trata de um nome por outro - a ideia é mudar o Estado por dentro.
Tudo bem: muitos intelectuais têm todo o direito de acreditar nisso. Podem votar em quem quiserem. Democracia é assim.
 
Mas, e os intelectuais que discordam e estão calados? Muitos que sempre idealizaram o PT e se decepcionaram estão quietinhos com vergonha de falar. Há o medo de serem chamados de reacionários ou caretas.


Há também a inércia dos "latifúndios intelectuais". Muitos acadêmicos se agarram em feudos teóricos e não ousam mudá-los. Uns são benjaminianos, outros hegelianos, mestres que justificam seus salários e status e, por isso, não podem "esquecer um pouco do que escreveram" para agir. Mudar é trair... Também não há coragem de admitirem o óbvio: o socialismo real fracassou. Seria uma heresia, seriam chamados de "revisionistas", como se tocassem na virgindade de Nossa Senhora.

O mito da revolução sagrada é muito grande entre nós, com o voluntarismo e o populismo antidemocrático. E não abrem mão de utopias - o presente é chato, preferem o futuro imaginário. Diante de Lula, o símbolo do "povo que subiu na vida", eles capitulam. Fácil era esculhambar FHC. Mas, como espinafrar um ex-operário? É tabu. Tragicamente, nossos pobres são fracos, doentes, ignorantes e não são a força da natureza, como eles acham. Precisam de ajuda, educação, crescimento para empregos, para além do Bolsa-Família. Quem tem peito de admitir isso? É certo que já houve um manifesto de homens sérios outro dia; mas faltam muitos que sabem (mas não dizem) que reformas políticas e econômicas seriam muito mais progressistas que velhas ideias generalistas, sobre o "todo, a luta de classes, a História". Mas eles não abrem mão dessa elegância ridícula e antiga. Não conseguem substituir um discurso épico por um mais realista. Preferem a paz de suas apostilas encardidas.

Não conseguem pensar em Weber em vez de Marx, em Sérgio Buarque em vez de Florestan Fernandes, em Tocqueville em vez de Gramsci.

A explicação desta afasia e desta fixação num marxismo-leninismo tardio é muito bem analisada em dois livros recentemente publicados: Passado Imperfeito, do Tony Judt (que acaba de morrer), e o livro de Jorge Caldeira História do Brasil com Empreendedores (Editora Companhia da Letras e Mameluco). Ali, vemos como a base de uma ideologia que persiste até hoje vem de ecos do "Front Populaire" da França nos anos 30, pautando as ideias de Caio Prado Jr. e deflagrando o marxismo obrigatório na Europa de 45 até 56. Os dois livros dialogam e mostram como persiste entre nós este sarapatel de teses: leninismo, getulismo desenvolvimentista - e agora, possível "chavismo cordial".

A agenda óbvia para melhorar o Brasil é consenso entre grandes cientistas sociais. Vários "prêmios Nobel" concordam com os pontos essenciais das reformas políticas e econômicas que fariam o Brasil decolar.

Mas, não; se o PT prevalecer com seu programa não-declarado (o aparente engana...), não teremos nada do que a cultura moderna preconiza.

O que vai acontecer com esse populismo-voluntarista-estatizante é previsível, é bê-á-bá em ciência política. O PT, que usou os bons resultados da economia do governo FHC para fingir que governou, ousa dizer que "estabilizou" a economia, quando o PT tudo fez para acabar com o Real, com a Lei de Responsabilidade Fiscal, contra tudo que agora apregoa como atos "seus". Fingem de democratas para apodrecer a democracia por dentro.

Lula topa tudo para eleger seu clone que guardará a cadeira até 2014. Se eleito, as chamadas "forças populares", que ocupam mais de 100 mil postos no Estado aparelhado, vão permanecer nas "boquinhas", através de providências burocráticas de legitimação.

Os sinais estão claros.

As Agências Reguladoras serão assassinadas.

O Banco Central poderá perder a mínima autonomia se dirigentes petistas (que já rosnam) conseguirem anular Antonio Palocci, um dos poucos homens cultos e sensatos do partido.

Qualquer privatização essencial, como a do IRB, por exemplo, ou dos Correios (a gruta da eterna depravação) , será esquecida.

A reforma da Previdência "não é necessária" - já dizem eles -, pois os "neoliberais exageram muito sobre sua crise", não havendo nenhum "rombo" no orçamento.

A Lei de Responsabilidade Fiscal será desmoralizada.

Os gastos públicos aumentarão pois, como afirmam, "as despesas de custeio não diminuirão para não prejudicar o funcionamento da máquina pública".

Portanto, nossa maior doença - o Estado canceroso - será ignorada.

Voltará a obsessão do "Controle" sobre a mídia e a cultura, como já anunciam, nos obrigando a uma profecia autorrealizável.

Leis "chatas" serão ignoradas, como Lula já fez com seus desmandos de cabo eleitoral da Dilma ou com a Lei que proíbe reforma agrária em terras invadidas ilegalmente, "esquecendo-a" de propósito.

Lula sempre se disse "igual" a nós ou ao "povo", mas sempre do alto de uma "superioridade" mágica, como se ele estivesse "fora da política", como se a origem e a ignorância lhe concedessem uma sabedoria maior. Em um debate com Alckmin (lembram?), quando o tucano perguntou a Lula ao vivo de onde vinha o dinheiro dos aloprados, ouviu-se um "ohhhh!...." escandalizado entre eleitores, como se fosse um sacrilégio contra a santidade do operário "puro".

Vou guardar este artigo como um registro em cartório. Não é uma profecia; é o óbvio. Um dia, tirá-lo-ei do bolso e sofrerei a torta vingança de declarar: "Agora não adianta chorar sobre o chopinho derramado!"...
Autor: O Estado de S.Paulo
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Crônica Lírica



A crônica é lírica quando a saudade, a emoção e a nostalgia aparecem no texto buscando interpretar de forma poética os sentimentos. 

Exemplo

Apelo 
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. 

(Dalton Trevisan)

Crônica



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