quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Reportagem


22/10/2015 09h00 - Atualizado em 22/10/2015 11h54

Desemprego tem a maior taxa para setembro desde 2009, diz IBGE

Em setembro, taxa ficou estável em 7,6%, a mesma de agosto.
População desocupada cresceu 56,6% em relação a de setembro de 2014.

Anay Cury e Cristiane Caoli Do G1, em São Paulo e no Rio
DESEMPREGO MENSAL
em %
4,74,84,35,35,96,26,46,76,97,57,67,6Out/14Nov/14Dez/14Jan/15Fev/15Mar/15Abr/15Mai/15Jun/15Jul/15Ago/15Set/1502468
Fonte: IBGE
Em setembro do ano passado, o desemprego havia chegado a 4,9%.
Segundo Adriana Araújo Beringuy, técnica de rendimento e trabalho do IBGE, houve aumento de 36,4% da média da taxa de desocupação de janeiro a setembro de 2015, em relação à média do ano anterior.

“Também é elevado. Não é só o mês de setembro [que apresenta, no ano, crescimento significativo na taxa de desocupação], mas no apanhado do ano, os nove meses já mostram isso.”
Salários
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores caiu pelo oitavo mês consecutivo e chegou a R$ 2.179,80. Frente a agosto, o recuo foi de 0,8% e em relação a setembro do ano passado, 4,3%. Sentiram a queda tanto os empregados com carteira no setor privado quanto os trabalhadores por conta própria diante do mês anterior.
“A renda que vem diminuindo. Provavelmente por causa da renda e também do processo de pessoas que estão perdendo trabalho [há aumento da procura por trabalho]. Então, diante de renda menor e de pessoas que estão perdendo trabalho, há necessidade tanto daqueles que perdem quanto daqueles que não estavam procurando. Então, aumenta [a taxa]... chega a população desocupada nesse percentual tão elevado”, disse Adriana.
Em relação a agosto, a população desocupada não mostrou variação ao somar 1,9 milhão de pessoas. No entanto, na comparação com setembro de 2014, esse número cresceu 56,6%. Em setembro, o número de desempregados aumentou no Rio de Janeiro (25,7%), caiu em São Paulo (10,4%), mas ficou estável nas outras regiões.
desemprego JORNAL HOJE (Foto: TV Globo)Desemprego atinge a maior taxa para setembro desde 2009 (Foto: TV Globo)

A população ocupada chegou a 22,7 milhões de pessoas. Assim como a população desocupada, a ocupada ficou estável em relação aos dados de agosto, mas recuou 1,8% na comparação com setembro de 2014. Em relação ao ano passado, o número de ocupados caiu em Salvador, em São Paulo e em Belo Horizonte.
“Tem mais pessoas procurando trabalho, portanto, pressionando o mercado de trabalho, e não está tendo geração de postos. Pelo contrário, na comparação anual, ela está até caindo. De tal forma, que em termos de contingente, há acréscimo de 670 mil pessoas a mais procurando trabalho, em contrapartida, redução de 420 mil pessoas ocupada em relação ao que acontecia a um ano atrás”, analisou Adriana.

Carteira assinada
Também caiu o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado. O recuo foi de 3,5% com relação ao ano passado. Nessa base de comparação, Belo Horizonte (-5,6%) e São Paulo (-3,5%) apresentaram queda. Diante de agosto, não houve alta nem queda.
“A mudança [em 2015] se dá no emprego com carteira, que interrompe trajetória de crescimento que vinha sendo observado nos últimos anos. E o conta própria vai se consolidando na trajetória de crescimento. O que vem ocorrendo é que são justamente os grupamentos de atividades com alto grau de cobertura com carteira, que é o caso da indústria e alguns serviços, que têm demitido.”
Quanto aos tipos de atividade, o número de pessoas ocupadas na indústria caiu 4,3% e no segmento de serviços prestados à empresas, recuou 3,8%.
O nível de ocupação, que é a proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa, foi estimado em 51,7%, mostrando estabilidade em relação a agosto e queda de 1,5 ponto percentual frente a setembro.


Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/10/desemprego-fica-em-76-em-setembro.html
 

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Diário de viagem

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Boston


Capital do Estado norte-americano de Massachusetts (New England), Boston é uma cidade incrível para se conhecer. Fundada pelos ingleses em 1630, é uma das mais antigas dos Estados Unidos, repleta de história. Terra dos Kennedy, que, como todos os imigrantes irlandeses, foram para lá no século 19. Boston é muito conhecida pelas universidades: além da Boston University (BU), Boston College e da Northeastern University (NU), que ficam no centro, as famosas Harvard e Massachusetts Institute of Technology (MIT) estão situadas em Cambridge, do outro lado do Charles River. Com cerca de 700 mil habitantes, é uma cidade muito alegre, cheia de gente jovem, bares, restaurantes e bairros animados, e fácil de circular. 


Escultura “As IF it were already here”
Foto Yeda Saigh

A foto acima é de uma escultura lindíssima da artista Janet Echelman, que parece uma grande rede de pesca que flutua 111mts sobre um dos parques públicos no centro da cidade.

Frequentei muito Boston, mas fiquei 12 anos sem voltar e a cidade mudou muito. São inúmeros os prédios de arquitetos renomados, como Renzo Piano, Alvar Aalto, Eero Saarinen, Ming Pei, Steven Holl e Frank Gehry. Comecei a visita pegando um ônibus turístico (Trolley Tour), que passa em todos os pontos principais da cidade (veja abaixo) e você pode descer e subir onde e quantas vezes quiser. É um programa para um dia inteiro. 

Principais pontos 

John Hancock Tower, um dos 50 edifícios mais altos dos Estados Unidos, com 241 mts e 60 andares, dos arquitetos Ming Pei e Henry Cobb: seu desenho espetacular contrasta com a antiga igreja Trinity Church.

Edifício John Hancock
Foto Yeda Saigh
Trinity Church, no coraçåo de Back Bay, igreja Episcopal, o edifício grandioso e histórico é classificado como um dos marcos arquitetônicos mais significativos de Boston.

Trinity Church
Foto Internet

New England Aquarium, um dos mais famosos do mundo, não perca o tanque gigante de 760 mil litros simulando um recife de coral caribenho.
http://www.neaq.org 


North End, onde está a casa de Paul Revere, o mais famoso patriota bostoniano, e Little Italy, bairro repleto de restaurantes italianos, pâtisseries e sorveterias, lotado de estudantes. Lá, vá a Hanover Street, a mais importante.    

Yeda Saigh
fonte: http://ysaigh.blogspot.com.br/





Relato de viagem

Partir

A situação a bordo era desoladora. O vento ensurdecedor, o mar difícil, roupas encharcadas, muito frio e alguns estragos. Pela frente, uma eternidade até o Brasil. Para trás, uma costa inóspita, desolada e perigosamente próxima. Sabia melhor que ninguém avaliar as dificuldades que eu teria daquele  momento em diante. Estava saindo na pior época do ano, final de outono, e  teria pela frente um inverno inteiro no mar.
[...]
Finalmente, meu caminho dependeria do meu esforço e dedicação, de  decisões minhas e não de terceiros, e eu me sentia suficientemente capaz  de solucionar todos os problemas que surgissem, de encontrar saídas para os  apuros em que porventura me metesse.
Se estava com medo? Mais que a espuma das ondas, estava branco, completamente branco de medo. Mas, ao me encontrar afinal só, só e independente, senti uma súbita calma. Era preciso começar a trabalhar rápido, deixar a África para trás, e era exatamente o que eu estava fazendo. [...]
Não estava obstinado de maneira cega pela ideia da travessia, como poderia parecer – estava simplesmente encantado. Trabalhei nela com os pés no chão, e, se em algum momento, por razões de segurança, tivesse que voltar atrás e recomeçar, não teria a menor hesitação.
Confiava por completo no meu projeto e não estava disposto a me lançar em cegas aventuras. Mas não poder pelo menos tentar teria sido muito triste. Não preten­dia desafiar o Atlântico – a natureza é infinitamente mais forte do que o homem –,  mas sim conhecer seus segredos, de um  lado ao outro. Para isso era preciso com viver com os caprichos do mar e deles  saber tirar proveito. E eu sabia como. [...]

Amyr Klink