— Então, quero comê-los auê
como gérê, como gérê, como érá?
como gérê, como gérê, como érá?
Ela respondeu:
— Pode comê-los, embora, auê
como gérê, como gérê, como érá.
— Pode comê-los, embora, auê
como gérê, como gérê, como érá.
E ele comeu todos os três, jogando-os no buraco das costas. Depois,
perguntou de quem era a mulher, e a mulher respondeu que era de seu
marido. O
quibungo resolveu-se comê-la também, mas quando ia jogá-la no buraco,
entrou o marido armado de uma espingarda de que o
quibungo tem muito medo."
(Nina Rodrigues)
(Nina Rodrigues)
É uma espécie de monstro, meio homem, meio bicho. Tem a cabeça enorme e um
grande buraco no meio das costas, que se abre e fecha conforme ele abaixe e
levante a cabeça. Come pessoas, especialmente crianças e mulheres, abrindo o
buraco e atirando-as dentro dele.
O quibungo, também chamado kibungo ou chibungo, é mito de origem africana
que chegou ao Brasil através dos bantus e se fixou no estado da Bahia. Suas
histórias sempre surgem em um conto romanceado, com trechos cantados, como é
comum na literatura oral da África. Em Angola e Congo, quibungo significa
"lobo".
Curiosamente, segundo as observações de Basílio de Magalhães, as
histórias do quibungo não acompanharam o deslocamento do elemento bantu
no
território brasileiro, ocorrendo exclusivamente em terras baianas. Para
Luís da Câmara Cascudo, apesar da influência africana ser determinante,
"parece que o quibungo, figura de tradições africanas, elemento de
contos
negros, teve entre nós outros atributos e aprendeu novas atividades".
Extremamente voraz e feio, não possui grande inteligência ou esperteza.
Também é muito vulnerável e pode ser morto facilmente a tiro, facada, paulada
ou qualquer outra arma. Covarde e medroso, morre gritando, apavorado, de forma
quase inocente.
Fonte: http://www.jangadabrasil.com.br/revista/galeria/ca81008f.asp
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